Hoje, as pessoas estão vivendo numa velocidade tão alucinante que não adianta insistir, tudo o que o todo mundo quer é rapidez pra resolver seus problemas. Estamos em plena era do fast food, da internet rápida, dos celulares conectados, das compras online, tudo o que o que nós queremos é clicar, ver e comprar. Parece que quanto mais tentemos fazer algo personalizado e diferenciado, mais as pessoas aderem à massificação, à não personalização.
Muitas empresas estão mudando suas estratégias de vendas para acompanhar esse perfil consumista tão fulgaz. Eu mesma precisei criar uma série de layouts para atender à demanda de um público onde a palavra de ordem é: quero ver como vai ficar, quero pagar barato e quero pronto pra ontem. A verdade é: o cliente não quer saber se o layout dele é personalizado e único, o que ele quer saber é quanto vai pagar no fim das contas. Já fiz muito layout personalizado e único e os próprios clientes apontam o site do concorrente e fala: eu quero igual ao dele. Pois é, povo, parece que a grama do vizinho é sempre mais verde, não é mesmo?
Para atender a essa demanda, alguns profissionais ainda tentam manter a qualidade do serviço final, mas a verdade é que quanto mais barato sair o serviço, menos personalizado ele será. As pessoas não buscam mais qualidade, e sim, quantidade, prazo e preço. É essa a tendência do consumo em massa e nos encaminhamos cada vez mais para produtos mal acabados e serviços mal prestados. É esse o perfil do consumidor, pelo que tenho visto nas minhas leituras, na TV, nas minhas andanças virtuais. Não adianta vir falar, ahhh eu quero um serviço de qualidade, eu pago a mais por isso.
Tá bom, tem gente que paga sim, mas a maioria não. Entre um serviço de buffet que ofereça um orçamento de 1500,00 e um que ofereça 1000,00 com qual você fica? O que oferece o serviço mais caro usa ingredientes melhores, o outro já utiliza ingredientes de segunda linha, mas parece ser bom também. Então, o que ganha, a qualidade ou o preço? É a mesma coisa do moço da pamonha que vende aqui perto de casa. A pamonha que ele vende custa 3,00 e é o puro creme da milharina. Pra ele vender um produto melhor, teria que ser o dobro do preço, você pagaria? O serviço que um Web designer oferece de desenvolvimento de sites personalizados e criação de layout é 30% maior do que o do seu sobrinho. Você pagaria?
Tudo bem, pode pagar mais barato, mas não reclame quando o sobrinho que criou seu site sumir sem dar nenhum tipo de satisfação com a sua senha FTP. Isso se ele não registrou o seu domínio no nome dele. Essa é uma reclamação bem comum entre meus clientes.
Estamos caminhando para a massificação do consumo onde tudo o que se adquire é ruim, é descartável e sem qualidade nenhuma. Mas é o consumidor que está ditando essa regra. É claro que existem segmentos do mercado que são mais exigentes, que o público exige um tratamento diferenciado, mas é um nicho pequeno de mercado. Com a ascensão da "classe média", o que se vê é um turbilhão de pessoas querendo consumir tudo o que se vê pela frente - o consumidor gafanhoto. Criou-se uma cultura de consumo desenfreada, baseada no: eu tenho um cartão de crédito, logo, existo. Essa nova "classe" social não qualifica suas compras, apenas quantifica. Não exige tratamento diferenciado, não exige qualidade, apenas consome. Por isso a programação de TV, que já era ruim, ficou pior. O funk é a música de fundo que embala essa nova "classe" e ouvimos isso o tempo todo, em todos os lugares. As roupas nas vitrines estão cada vez mais vulgares e iguais, os sapatos também.
Nada contra a "nova classe média brasileira". Mas como pode surgir uma nova classe média sem classe alguma? São pessoas com um cartão de crédito na mão e acesso mais fácil a um dinheiro que não existe para fazerem compras que provavelmente não irão pagar.
Historinha de mimimi
Eu sigo várias páginas de design, designer, empresas de publicidade e uma dessas páginas postou uma foto onde o rapaz fez uma tatuagem de tigre nas costas de um indivíduo. Mas o tigre era muito tosco. A tatuagem ficou péssima. As cores, nem te falo. Em suma, o horror. O pior é que tatuagem é algo irreversível. O que o cliente deveria ter feito? Pesquisado melhor quem faria a tal tatuagem, ter visto o portfólio, ter procurado alguém mais qualificado. Ter disponibilizado mais dinheiro para fazer com um profissional competente. Mas tem gente que prefere tatuar com o sobrinho e dá nisso, ne´?Ah, mas pra que eu fui falar na postagem que tem cliente que merece isso? Um lá criou um mimimi danado dizendo que os clientes dele que pagam suas contas e aquele blá blá blá todo de quem não sabe fazer uma simples interpretação de texto. Bom, no meu caso, quem paga as minhas contas é o meu trabalho. Mas, enfim, c'est la vie.
Conclusão
É isso, povão. Tem cliente que merece o serviço que contratou. Pense nisso quando você for atrás do menor orçamento, do prazo mais mirabolante, da conversa mais fiada. O cliente determina a qualidade do serviço que vai receber, é só ter bom senso.
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